terça-feira, 3 de maio de 2011

PESQUISADORES RESGATAM A HISTÓRIA DE UM DOS PRIMEIROS MINEIROS DE CANDIOTA

Por Cássio Lopes

A atividade de extração de carvão sempre ocupou destaque em nossa região. O Coronel Manoel Lucas de Oliveira, que possuía estância próxima ao Arroio Candiota, assim descreveu no seu diário em 1864: “Coronel Lima(Manoel Lucas de Lima) e o “Moringue” (Coronel Francisco Pedro Buarque de Abreu)andam vendo minas de carvão. Não sei como pode, nosso país empenhado na guerra do Paraguai e outros preocupados com carvão”.
Em 1890, Emilia Reverbel, então viúva do Brigadeiro Manoel Lucas de Lima, ganhou através de decreto, autorização do governo para extrair de carvão em pedra em sua propriedade, localizada próximo ao Passo do Tigre.
Com a inauguração da estrada de ferro que ligava Bagé a Rio Grande, a atividade ganhou forças, pois surgiram várias minas de carvão próximas às estações. Uma delas trabalhou o Sr. João Maximo Lopes, juntamente com seu pai Norberto Vaz Lopes, o qual arrendava terras de propriedade do Sr. Luiz Chirivino. A Produção era totalmente artesanal, além do carvão eram comercializados o barro refratário, e o caulim, este usado na produção de louças e cerâmicas. A Mina funcionou de 1940 a 1950, possuía seis operários permanentes e diversos carroceiros contratados, que transportavam o carvão até a Estação Dario Lassance, onde era boleado de pá para plataformas com capacidade máxima de 30 toneladas. Seu João esteve recentemente visitando Candiota e o NPHCAN. Na oportunidade mostrou a mina onde trabalhava e os ranchos onde residiam que ficavam localizados próximo ao pavilhão da CRM.
“Quando era jovem, sonhava com um futuro promissor,  mas hoje percebo que “aquele tempo” foi realmente os anos de ouro de minha vida”. Comenta Lopes, emocionado.
Foi através do exemplo e motivação do Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã, do qual Seu João Lopes é fundador, o Núcleo de Candiota foi criado. Enfatiza Cássio Gomes, Presidente da entidade.
O Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota, esta de portas abertas para comunidade. Quem quiser participar de suas reuniões, as mesmas acontecem todas as primeiras segundas-férias de cada mês, as 19 horas, na Rua João Magalhães Filho, 590 em Dario Lassance.