segunda-feira, 9 de abril de 2012

Encontro do Passo da Conceição

                                Passo da Conceição, sobre o Arroio Candiotinha
                                        Fronteira entre Candiota e Pedras Altas


Por Cássio Lopes

Após o Combate do Cerro da Palma, localizado entre os arroios Candiota e Candiotinha, ocorrido no dia 15 de março de 1844, ficaram os imperiais sem cavalhada. Era urgente fazer a remonta. Por isso o Tenente Coronel Francisco Pedro de Abreu, o “Chico Moringue”, designou os seus oficiais Fidelis Paes da Silva, Emídio Rodrigues e Barão, com sessenta homens, divididos em três partidas, para recolherem a cavalhada nas estâncias sobre a fronteira da Banda Oriental.
As Vistas se voltavam para propriedades de parentes do General Antônio de Souza Netto, como José Netto e Domingos Netto.
A recorrida foi frutífera. Duzentos cavalos foram “requisitados” para o império, e eram conduzidos no dia 18 de março de 1844, na direção do Candiota.
O Coronel Antônio Manoel do Amaral, que trivera notícias dessa providencia de remonta, mandou o Tenente Coronel Camilo dos Santos Campelo aguardar o retorno dos “predadores”.
Alojando-se no Passo da Conceição, sobre o Arroio Candiotinha, hoje divisa entre os municípios de Candiota e Pedras Altas. O Tenente Coronel Campelo ficou na expectativa dos acontecimentos.
Ali se deveria dar o encontro das três partidas, para bandeando o Candiotinha, rumarem para a Serra dos Veleda, território pertencente hoje ao município de Pinheiro Machado, outrora Cacimbinhas.
Mandando espias acompanhar a aproximação de Fidelis, Emídio e Barão, ficou Campelo na espreita.
Cerca do meio-dia se aproximam os três emissários de Moringue, tangendo mais de duzentos cavalos.
Rumam em direção ao Passo, quando são surpreendidos pela gente do Tenente Coronel Campelo.
Dá-se o entrevero, e os Imperiais vendo-se em minoria, deixam os animais e desabalam em fuga, perdendo quatorze homens e oito cavalos.
A perseguição aos que fogem não é exitosa, já que se espalham em desordem.
A gente de Campelo volta para dar atendimento aos prisioneiros e à cavalhada, ao mesmo passo que o emissário vai levar notícia ao Coronel Antônio Manoel do Amaral, que ainda estava no Cerro da Palma.
A 19 de março, há o encontro de todos os farrapos. Na parte desse confronto, é narrada à valentia e o destemor de Fidelis da Silva Paes, Tenente de Chico Moringue. Como acentua Alfredo Varela: “Fidelis, tremebundo sujeito, conquanto de todos surpreso, não se acovardou. Bateu-se com o arrojo feroz de que deu mostras até o fim da vida em nossos tempos, numa das guerras civis do Uruguai”.

Fonte: Bagé e A Revolução Farroupilha-Tarcisio Antônio Costa Taborda


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